Cubatão recebeu representantes da Associação Mulheres Progressistas. Atos de repúdio e indignação aos abusos e violência contra mulher ocorreram em três cidades da Baixada Santista

Ato em Cubatão, ocorreu na Praça Princesa Isabel. Grupo de mulheres encaminhou carta ao Governador Geraldo Alckmin expressando o repúdio e indignação aos atos de violência cometidos contra mulheres

As cidades de Cubatão, Guarujá e São Vicente receberam durante este sábado (04), representantes da Associação Mulheres Progressistas, grupo que luta contra os atos de barbárie que vem ocorrendo com as mulheres brasileiras e mulheres paulistas, notadamente as da Região da Baixada Santista. Nas três cidades foram realizados atos em pontos estratégicos, com discursos e manifestação pacífica destacando o tema. A Associação Mulheres Progressistas é formada por mulheres, representantes de várias cidades da Baixada Santista, que nasceu através de um Movimento Mulheres Progressistas no ano de 2015.

Em Cubatão, a representante da Associação, Leonizia Ponciano, organizou o ato na Praça Princesa Isabel, com a participação de outras mulheres da cidade. Leonizia concedeu entrevista ao jornalista Gilberto Vitor, do Portal Cidade de Cubatão e falou da importância de lutar em favor dos direitos das mulheres, defesa contra atos de violência e demais acontecimentos envolvendo as mesmas. No local do evento, foram expostas peças de roupas, simbolizando a vergonha contra atos e todas as ocorrências de abusos contra as mulheres da cidade. Ao final todas as Mulheres Progressistas, participaram de um sorteio de brindes. 

Leonizia também falou que foi encaminhada ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, uma carta assinada pela presidente da Associação Mulheres Progressistas, Eliane Bellfort, abordando todo o assunto (Segue abaixo  entrevista com Leonizia Ponciano, cópia do encaminhado ao governador e histórico da Associação).


VÍDEO/ENTREVISTA

Jornalista Gilberto Vitor com representantes da
Associação Mulheres Progressistas de Cubatão

Gilberto Vitor - Mtb:81080/SP
Portal Cidade de Cubatão

Cópia da carta encaminhada ao
Governador Geraldo Alckmin

Histórico
O movimento “Mulheres Progressistas” nasceu no dia 16 de maio de 2015 com o intuito de defender uma maior abertura para representantes do sexo feminino nas casas de leis de todo o país. A marcha surgiu devido a indignação da, até então, presidente da comissão provisória do PMDB Mulher de Guarujá, Eliane Belfort, ao saber da posição do deputado federal Marcelo Castro (PMDB-PI), presidente da comissão provisória de reforma política, em relação as cotas femininas. O parlamentar afirmou que a questão não chegaria nem a entrar em votação na câmara pois a julgava inconstitucional.
Insatisfeita com a colocação do companheiro de partido, Eliane compartilhou sua frustração com outras peemedebistas de Guarujá e elas compreenderam que deveriam tomar alguma atitude. Após dois dias da declaração de Castro, um ato de repúdio, em forma de carta, chegava aos gabinetes do presidente da Câmara Federal, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente do Senado, o Senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, presidente estadual do PMDB-SP, o deputado Baleia Rossi. Também foram enviadas cópias para toda a bancada do PMDB do Senado e da Câmara, além da bancada feminina.
Na carta assinada por Eliane Belfort, Ednéia Zeferino, Creusa Mattos, Maria Angélica Cruz, Maria Marly Muniz e diversas outras mulheres, as progressistas discordam veemente de Marcelo Castro. Ele credita a ausência de mulheres na política devido a falta de interesse do segmento. As Progressistas afirmam que tal discurso não representa verdade e é apenas um argumento machista e raso que busca a fácil solução de jogar a culpa nas mulheres e não assumir que historicamente o Estado nunca ofereceu as mesmas oportunidades que foram reservadas ao sexo masculino, fato que já foi discutido e é reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal.
No dia 19 de maio, a carta de repúdio escrita pelas Progressistas foi lida pelo vereador Toninho Salgado (PDT-SP), na Câmara Municipal de Guarujá em uma ação de manifesto. A iniciativa das mulheres ganhou o apoio de diversas lideranças da Baixada Santista e grande São Paulo, entre elas a ex-prefeita de Santos, Telma de Souza (PT-SP), que enviou uma carta de incentivo a causa defendida pelo grupo, assim como a deputada estadual, Vanessa Damo (PMDB-SP), eleita por Mauá que ocupa atualmente o cargo de presidente estadual do PMDB Mulher. Os vereadores Luciano Tody e Luciano China (ambos do PMDB-SP, eleitos por Guarujá) e Nilton Leopoldino, presidente do PMDB da mesma cidade também acenaram à favor da massa feminina.
Um ato de manifesto em prol as cotas de gênero, realizado no dia 21 de maio, trouxe outros partidos para a marcha do “Mulheres Progressistas”, tornando-se assim um movimento que não era apenas do PMDB, mas sim de todos que acreditam em uma sociedade mais solidária e justa. Atualmente o “Mulheres Progressistas” ganhou a adesão de mulheres em todo o país, entre as figuras mais conhecidas está a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), autora da primeira lei do sistema de cotas.

COTAS VOTADAS
Apesar da declaração do presidente da comissão provisória de reforma política, a lei de cotas femininas conseguiu ser votada no dia 18 de junho pela Câmara Federal em forma de Emenda Aglutinativa exigindo que 30% das cadeiras do congresso fosse destinada as candidatas. A Emenda não passou por conta de 15 votos contrários. Em reunião realizada no dia 22 de junho, com o intuito de definir novos rumos ao “Mulheres Progressistas” a vereadora Cida Ferreira (PMDB-SP) criou a campanha “Mais Mulheres Eleitas Já”. No último dia 25, a participação feminina na política ganhou um reforço. O Plenário do Senado aprovou em primeiro a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 98/2015, que reserva um percentual mínimo (10% na primeira legislatura, 12% na segunda e, finalmente, 16% na terceira) de cadeiras nas representações legislativas em todos os níveis federativos. Assim, a medida atinge Câmara dos Deputados, assembleias legislativas, câmara legislativa do Distrito Federal e câmaras municipais. A proposta foi aprovada em primeiro turno com 65 votos favoráveis e 7 contrários. O objetivo do “Mulheres Progressistas” além de eleger mais mulheres é preparar e capacitar as mulheres para fazerem realmente a diferença e promover seu empoderamento na vida pessoal e também social.
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